sábado, 10 de julho de 2010

A Perda de Poder Espiritual Pode Ser Recuperada


Quando o Espírito Santo nos enche, ele transmite pureza e poder. A pessoa que dedica tudo o que tem como sacrifício vivo em entrega absoluta (o termo que Andrew Murray gostava de usar) e que busca o enchimento do Espírito recebe uma nova dimensão de vida espiritual.

O Espírito Santo limpa e purifica o interior da pessoa num grau nunca antes conhecido e, ao mesmo tempo, enche-a com um poder divinamente superior.

Depois de ser cheio do Espírito, à medida que a pessoa anda na luz da Palavra e da direção do Espírito, ela procurará constantemente agradar o Senhor. Momento por momento, aprende a depender do Espírito que habita nela e é capacitada a vencer sobre a tentação. Com a ajuda do Espírito, a pureza pode ser preservada. Num certo sentido, podemos nos manter em pureza (1 Tm 5.22) por meio de obediência meticulosa ao Espírito (1 Jo 3.3) e por julgar todas as coisas, retendo o que é bom e evitando o mal (1 Ts 5.21-22). Dessa forma, podemos proteger-nos das máculas e manchas do pecado (2 Pe 3.14).

Entretanto, o poder espiritual tem características diferentes. Ele não pode ser preservado indefinidamente. O poder do Espírito é a energia dele que flui dentro do nosso espírito e através dele. Mas a energia pode esgotar-se. O poder precisa ser renovado. Há uma bela ilustração desse segredo espiritual em Zacarias 4.

Deus deu uma visão significativa para Zacarias para fortalecer e encorajar os dois líderes ungidos que estavam reconstruindo o templo depois do cativeiro: Josué, o sumo sacerdote, e Zorobabel, o governador. Grande oposição havia atrasado a obra durante 20 anos.

Deus usou simbolismo para ilustrar e confirmar sua poderosa afirmação: “Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4.6). Deus mostrou a Zacarias em visão um candelabro de ouro que fornecia luz por meio de um vaso que canalizava azeite a sete lâmpadas (simbolizando a plenitude de luz). O azeite no vaso provinha de dois tubos de ouro que saíam de duas oliveiras vivas. As lâmpadas queimavam e produziam luz enquanto o azeite fluía.

O poder do Espírito é o elemento essencial para fazer a obra de Deus, porém, se não for renovado continuamente, pode esgotar-se. Não podemos ministrar hoje no poder de ontem. Não podemos cumprir todo o propósito de Deus com base nas memórias de bênçãos e capacitações passadas. Deus não quer que vivamos no passado e, sim, na apropriação atual, momento por momento, do seu poder.

Pode haver ocasiões raras em que Deus nos usa apesar de nós mesmos. Provavelmente, foi assim que usou Sansão, Balaão e o rei Saul, em alguns momentos. Entretanto, a norma de Deus é que só podemos dar o que já recebemos. Deus quer que sejamos diariamente capacitados para sermos diariamente usados para sua glória. Que Deus nos perdoe se as únicas vezes em que pode nos usar com poder são as ocasiões em que é compelido a agir, a despeito de nossa condição espiritual.

Como se Perde o Poder Espiritual

Jesus Cristo não iniciou seu ministério enquanto não recebeu uma concessão especial do poder do Espírito Santo. Ouça suas palavras: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres...” (Lc 4.18). Pedro resumiu o ministério de Cristo dizendo: “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e poder” (At 10.38). Jesus usou no seu ministério terrestre o mesmo poder que nós devemos usar hoje – o poder do Espírito. Ele optou por ministrar não por meio de sua divindade inerente, mas pela unção do Espírito.

Lucas 6.19 explica: “E todos da multidão procuravam tocá-lo, porque dele saía poder, e curava a todos”. Este era o poder do Espírito. Quando a mulher que sofrera por doze anos tocou a orla do manto de Jesus, ele disse: “Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder” (Lc 8.46).

O que era válido para Jesus é válido para você. Quando ministra para as pessoas, você usa poder espiritual. Se quiser ser usado por Deus, se quiser curar as feridas da humanidade, o poder de Deus precisa estar sobre você e fluir continuamente através de você.

1. Poder espiritual vai se esgotando naturalmente pelo ministério. Quanto mais você ministra, mais você precisa da renovação de poder. Quanto mais ocupado você se torna, mais você precisa ter seu poder renovado, mais você precisa de refrigério e reabastecimento espiritual. Não é apenas uma questão de cansaço mental ou exaustão física. Sem renovação espiritual, logo você passará a viver apenas de memórias.

Certa vez, quando alguém perguntou para Lutero sobre seus planos para o dia seguinte, ele respondeu: “Trabalhar, trabalhar, desde cedo até tarde. Na verdade, tenho tanta coisa para fazer que vou passar as três primeiras horas em oração”. Muito ministério sem oração adequada e renovação espiritual leva ao esgotamento de poder espiritual. A entrada não acompanha a saída. Você está dando tão constantemente aos outros que sua própria vida está exaurida espiritualmente? Você já conheceu, no passado, mais poder de Deus em sua vida e mais da unção dele do que está experimentando atualmente?

2. Poder espiritual é esgotado por envolvimento em assuntos não espirituais. Vivemos num mundo que é essencialmente secular. Não estamos numa ilha; convivemos com toda espécie de sociedade humana. Deus não deseja que sejamos reclusos, isolados das influências contaminadoras da vida. Devemos ser luz e sal no nosso mundo. Contudo, a fonte de luz é consumida pela combustão, e o suprimento de sal é esgotado pela utilização dele.

Não precisa haver conflito entre trabalho e espiritualidade. Pessoas que trabalham muito são os melhores obreiros cristãos e os melhores guerreiros na oração. Muita gente é preguiçosa demais para ser abençoada por Deus. Não querem pagar o preço da autodisciplina para poder achar tempo para a Palavra de Deus e oração. Permitem que quase qualquer coisa tenha prioridade sobre reabastecimento espiritual. Não aprenderam a lição de Zacarias 4. Tentam vencer pelo próprio poder em vez de buscá-lo no Espírito de Deus.

Em muitos tipos de trabalho, há oportunidades maravilhosas para momentos breves de oração, louvor, comunhão espiritual e expressões de amor pelo Senhor. Mas, na maioria das vezes, vivemos como se o Senhor não estivesse ao nosso lado. Nós o ignoramos. Enchemos nossas mentes com fantasias, autopiedade e planos fabricados por nós mesmos. Podemos investir momentos com Deus enquanto estamos nos lavando, nos vestindo, andando a pé ou de carro e fazendo mil e uma outras atividades, se realmente quisermos.

Porém, há atividades ou ambientes em que isso é mais difícil. O ambiente em alguns lugares não é favorável a atividade espiritual e pode até ser hostil. Não dá para respirar a atmosfera de barulho, leviandade, sugestionabilidade, piadas imorais, materialismo ou blasfêmia do nome de Deus sem sentir seus efeitos – a não ser que recorra constantemente ao Senhor. Você começará a sentir uma perda cada vez maior de poder espiritual. Como Ló (2 Pe 2.7), você se sentirá constantemente angustiado e quase atormentado.

É necessário achar tranquilidade de alma para experimentar comunhão espiritual e renovação. Algumas pessoas estão tão acostumadas ao entretenimento do rádio e da televisão que quase nem sabem como usar um tempo em silêncio para buscar refrigério espiritual e renovação interior. Nos tempos bíblicos, o sacerdote se lavava antes de ministrar no tabernáculo ou no templo. Nós também precisamos tomar banhos espirituais ou, pelo menos, refrescar o rosto, simbolicamente, com momentos frequentes de comunhão com o Senhor.

3. Falta de unidade com outros cristãos causa vazamento de poder espiritual. Davi disse que unidade, como o orvalho do céu, traz refrigério e bênção espirituais (Sl 133.3). Desunião faz o contrário. Seca a alma, faz definhar a vida espiritual e anula refrigério e discernimento espiritual. O poder é dissipado por atitudes críticas, pensamentos de ressentimento, falta de perdão e amargura de coração.

Nada causará vazamento mais rápido da bênção, do poder e da unção de Deus em sua vida do que pensamentos indelicados sobre outras pessoas. Palavras maldosas, fofoca, rir à custa dos outros e conversas negativas cortam a fonte do poder e a doçura da presença de Deus. Qualquer coisa contrária ao carinhoso amor do Espírito Santo será devastador para o suprimento de poder espiritual.

Você é suficientemente sensível para reconhecer logo aquilo que entristece o Espírito Santo? Tudo o que atingir o povo de Deus toca na menina dos olhos de Deus (Zc 2.8). Com apenas um comentário crítico, você consegue anular a bênção que recebeu depois de horas de oração. O Espírito Santo é o meigo Espírito de perfeito amor. Um dos papéis dele é derramar em abundância o amor de Deus no nosso coração e, através de nós, para os outros (Rm 5.5). Não podemos correr o risco de magoar sua natureza amorosa.

Paulo trata esse assunto de forma direta e abrupta: “Tu, porém, por que julgas a teu irmão? E tu, por que desprezas o teu?” (Rm 14.10). “Quem és tu que julgas o servo alheio?” (Rm 14.4). Pensamentos críticos sempre entristecem o Espírito.

“E não entristeçais o Espírito de Deus... Longe de vós toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias... Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou. Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo vos amou” (Ef 4.30 - 5.2).

4. Falta de obediência esvazia o poder espiritual. Deixar de andar continuamente na luz de Deus ou de aceitar e usar oportunidades dadas por ele pode causar perda de poder do Espírito. Deus constantemente nos concede oportunidades de realizar pequenas obras por Jesus. São coisas voluntárias, não obrigatórias; dependem da intensidade do nosso amor por Jesus e da nossa disposição de agradá-lo com pequenos gestos de amor.

Assim como uma expressão ativa de amor por Jesus aumenta a presença e bênção dele em sua vida, da mesma forma a negligência de tais gestos de amor pode resultar em perda da doce consciência da presença dele.

Deixar de estar atento para expressar o amor de Deus em pensamento, palavra ou ação pode resultar em desleixo espiritual e perda gradativa da presença e poder do Espírito em sua vida. Você tem a mesma sensibilidade para descobrir o que agrada a Jesus que tem quando se trata de um companheiro ou amigo mais íntimo?

Adiar a obediência, ignorar os toques sutis do Espírito, permitir que seu coração entre em controvérsia com o Senhor, resistir à perfeita vontade de Deus para você – essas coisas podem interromper o fluir do poder de Deus para sua vida. O poder espiritual é governado pelas leis espirituais de Deus tão infalivelmente quanto a energia elétrica e nuclear são governadas pelas leis naturais.

5. Autogratificação, um estilo de vida luxuoso, voltado para si mesmo, pode enfraquecer seu poder espiritual. O Dr. R. A. Torrey, professor da Bíblia e companheiro de obra de D. L. Moody, era profundamente convicto dessa verdade. Ele escreveu:

A autogratificação causa vazamento de poder. Quem quiser o poder de Deus precisa levar uma vida de abnegação... Eu não acredito que pessoa alguma consiga levar uma vida de luxo, gratificando todos seus apetites naturais, buscando prazer em iguarias e gulodices – e, ao mesmo tempo, desfrutar da plenitude do poder de Deus. A satisfação da carne e a plenitude do Espírito não andam de mãos dadas...

Se quisermos conhecer a constância do poder do Espírito, precisamos ser vigilantes e levar uma vida de simplicidade, livre de autogratificação e excessos, dispostos a sofrer aflições “como bom soldado de Jesus Cristo” (2 Tm 2.3). Confesso francamente que tenho medo de luxo, não na mesma proporção que teria do pecado, mas numa escala bem próxima. O luxo é muito sutil; porém, ao mesmo tempo, é um forte inimigo do poder. Há demônios hoje que não saem “senão por meio de oração e jejum”.

O Espírito Santo sempre quer alcançar os outros, sempre é sensível ao bem-estar de toda a igreja e do mundo. Egocentrismo é o contrário de ser centrado em Cristo e no Reino. Os cristãos podem gastar seu tempo de diversas maneiras, satisfazendo a si mesmos, vivendo de modo oposto ao espírito de renúncia e santidade, sem reconhecer as necessidades de um mundo em sofrimento e os desafios da extensão do Reino de Cristo. As palavras de Jesus (“sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos...”) serão aplicadas aos cristãos da nossa geração tanto quanto o foram às pessoas da época dele. Como o Espírito pode abençoar-nos com derramamentos de poder quando estamos tão pouco preocupados com aquilo que comove o seu coração?

6. Autossuficiência e orgulho enfraquecem o poder espiritual. Pode-se perder poder quase instantaneamente por causa do orgulho. Deus não divide sua glória com mais ninguém. Ele condescende em fazer sua obra por meio de pessoas cheias do Espírito, mas retira seu poder, muitas vezes de forma abrupta, quando alguém estende a mão de orgulho para tomar para si mesmo a glória que pertence somente a Deus. Eis um dos motivos por que Satanás trabalha tão frequentemente com a tentação do orgulho.

Billy Graham afirma constantemente que se “Deus tirasse sua mão da minha vida, meus lábios se tornariam lábios de barro”. Somos tão-somente vasos “de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2 Co 4.7).

Deus pôde revelar-se a Moisés de maneira tão plena, num relacionamento mais íntimo, mais face a face do que com qualquer outro ser humano (Dt 34.10), e operou milagres mais poderosos por meio de Moisés do que por qualquer outra pessoa (Dt 34.12) porque Moisés era a pessoa mais humilde na face de toda a Terra (Nm 12.3).

Uzias foi grandemente amparado por Deus até que se tornou forte e deixou seu coração se exaltar (2 Cr 26.15,16). A história de muitos líderes cristãos poderia ser relatada com as mesmas palavras. Deus operou poderosamente em favor de Ezequias até que seu coração ficou inacreditavelmente vaidoso por causa da resposta à sua oração (2 Cr 32.25). Nabucodonosor foi honrado e usado por Deus até que se exaltou (Dn 5. 20).

A própria queda de Satanás foi por causa de orgulho (Ez 28.2,5,17; 1 Tm 3.6). O orgulho torna-nos mais semelhantes a Satanás do que a Cristo. O orgulho faz com que Deus afaste seu rosto de nós. Deus se opõe aos orgulhosos, mas dá graça aos humildes (Tg 4.6; 1 Pe 5.5).

Qualquer passo de autossuficiência é o primeiro passo para o orgulho. Qualquer aceitação de louvor a si mesmo provavelmente está negando a Deus o louvor que lhe é devido. Autoconfiança pode até ser um sinal de humildade se estiver baseada no auxílio que sempre vem de Deus e se permanecermos em total dependência dele. Contudo, autoconfiança pode ser carnal, pode ser uma forma carnal de depender de nós mesmos, roubando-nos da doce presença do Senhor e do seu grande poder.

Qualquer poder manifestado no ministério de alguém que não foi marcado por profunda humildade é poder falsificado. Não é o poder de Deus. Pode ser poder psicológico. Pode até ser o poder de Satanás que se deleita em fazer pose como anjo de luz (2 Co 11.14).

7. Leviandade excessiva pode causar enfraquecimento de poder espiritual. O humor é um dom de Deus para nós, mas deve ser usado somente de maneira apropriada e em grau moderado. O próprio Deus obviamente aprecia humor saudável. Foi por isso que nos criou com capacidade de apreciar humor e de dar risadas. Contudo, existe um tempo, um lugar e um limite para o humor que Deus abençoa. Mesmo humor saudável, se for excessivo, pode dissipar o poder de Deus. Tenho notado que logo antes de uma responsabilidade espiritual especial, mesmo quando nem sei o que me espera, Satanás tenta envolver a mim e a outros com brincadeiras para fazer-nos perder o discernimento e a sensibilidade espiritual.

Satanás tem prazer em roubar-nos da unção e do poder de Deus logo antes de uma crise espiritual ou de um momento em que teremos grande necessidade de força sobrenatural. A presença e o poder do Espírito que vêm por meio de várias horas de oração podem ser perdidos em cinco minutos de humor impróprio ou de humor num momento impróprio.

8. O pecado sempre mina e destrói o poder do Espírito. Desobediência consciente, pecado contra a luz, pecado contra outra pessoa e deixar de andar, de algum modo, na luz de Deus impedirão a consciência da presença de Deus e o sorriso do favor dele. O pecado impede o poder do Espírito de encher sua vida para que seja usada por Deus. O pecado rouba a oração de sua eficácia. “Se eu tivesse guardado o pecado no coração, o Senhor não me teria ouvido” (Sl 66.18). Isso se refere, é claro, à definição bíblica de 1 Jo 3.4, que é quebrar intencionalmente a lei de Deus a despeito de ter luz clara a respeito.

Quando Israel desobedeceu a Deus e quebrou a aliança com ele, Deus não deu atenção às suas lágrimas e orações (Dt 1.45). Assim como Sansão perdeu tanto o cabelo quanto o poder de Deus porque brincou com desobediência e pecado, obreiros cristãos igualmente têm perdido completamente o poder de Deus em sua vida.

Às vezes, não percebemos que desobedecemos ao Senhor; só sentimos no coração que entristecemos, de algum modo, o Espírito. Por um lado, isso pode ser uma mera acusação de Satanás na sua estratégia de desanimar e derrotar-nos. Por outro lado, pode ser um toque do Espírito. Ele é tão amoroso e fiel que falará conosco ou tocará nosso coração se chegarmos a entristecê-lo sem ter plena consciência do que fizemos. Se desenvolvermos um ouvido atento, buscando a direção de Deus, ele não terá dificuldade em conseguir nossa atenção e nos alertar.

Graças a Deus, há perdão e purificação à nossa disposição. Sempre há um caminho aberto para voltar ao favor, à presença e ao poder de Deus (1 Jo 2.1,2). Se tivermos contrição, se nos humilharmos diante do Senhor, se nos arrependermos naquilo que é necessário, o perdão pode abrir as portas para o pleno favor de Deus, e a fonte inesgotável do seu poder será disponível outra vez.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Cristo Viveu por Nós


Se você pegar sua Bíblia e estudar as palavras “por nós” no Novo Testamento, você vai ter uma revelação. Jesus Cristo não fez nada por Si mesmo, mas tudo “por nós”. “Por isso conhecemos o amor, porque Ele deu Sua vida por nós” (I João 3:16).

A vida terrena de Cristo foi muito breve. Ele foi crucificado aos 33 anos de idade, e somente esteve sob os olhos do público por três anos e meio. Nesta breve mensagem eu quero te mostrar que Ele viveu por nós – como Ele viveu por nós – e os benefícios que isto trouxe.
Jesus viveu por nós

Jesus foi um presente para a raça humana; toda Sua vida foi completamente para nós. Nós éramos Sua exclusiva preocupação. Sua vida é um exemplo impecável de dedicação à raça humana. Jesus estava totalmente livre de interesse próprio e Ele tinha somente um propósito para estar aqui, nós, o povo.

Ele não serviu como um humanitário, político ou ativista social. Ele nunca deu nenhum centavo a ninguém, simplesmente porque Ele nunca teve nenhum dinheiro. Certa vez, quando Ele precisou alguns centavos para uma ilustração em um sermão, eles precisaram emprestar algum pra Ele. Mas Ele deu às pessoas tudo que Ele tinha, e que era Ele mesmo, todo Seu coração.

De Suas mãos fluiu cura. Quando Ele não tinha mais nada e não poderia dar mais, Ele deu Seu sangue, o sangue da redenção, o preço da nossa salvação. O que Ele deu foi muito além de coisas materiais, ou mesmo cura. Ele Se deu. Em absoluto abandono Ele encontrou as necessidades da raça humana com Ele mesmo.

Quando não tinhamos pastor, Ele se tornou o Bom Pastor. Quando eles não tinham físico, Ele se tornou o Grande Físico. Quando não tinham professor, Ele se tornou a Verdade. Quando as multidões estavam com fome, Ele se tornou o Pão da Vida, e no meio das trevas eles O encontraram como a luz do mundo.

O presente de Cristo para o mundo não era uma nova religião, ou uma nova teoria sobre a vida, ou ainda uma nova fórmula para o céu. Ele Se deu por nós, “ o justo pelo injusto, para que Ele nos leve a Deus” (I Pedro 3:18). Cristianismo não é religião. É Jesus. Podemos formar doutrinas sobre Ele, mas Jesus não veio para nos trazer teologia. Ele veio somente para estar aqui, disponível, nunca nos deixa ou nos desampara, pessoalmente.

No Velho Testamento um dos nomes para Deus é “El Shaddai”, que significa Deus Todo-Suficiente. Aquele Deus veio à terra na pessoa de Jesus. Ele deu tudo de Si mesmo e Ele é tudo que eu preciso. Um outro título no Velho Testamento era “ Jehovah Shammah.” O significado é “ O Senhor está lá”. Se Ele está lá isto é tudo que nós queremos. Pedro falou “ Para nós outros, portanto,os que cremos, é a preciosidade” (1 Pedro 2:7)

Jesus recusou-se a viver em benefício próprio

Seus motivos poderiam se resumir em uma palavra COMPAIXÃO. Ele foi dirigido pelo amor, nunca por medo, visando lucro ou popularidade. Ele viveu absolutamente POR NÓS. Quando Ele deixou o banco de carpinteiro Ele primeiro se deparou com ferozes tentações no deserto. Em cada exemplo Ele foi tentado a pensar nEle mesmo. Um dos testes era alimentar a si mesmo através de um milagre, outro era receber todos os reinos da terra como presente, o outro seria fazer maravilhas que teria feito com que todos O aclamassem como Messias.

O Senhor foi repelido pela mesma sugestão. Ele teve fome, Ele foi crucificado ao invés de ser coroado, e Ele foi acusado de blasfêmia ao invés de ser endeusado. Quando eles O aplaudiram, Ele chorou por eles. Eles tentaram torná-lo rei pela força, mas Ele escolheu a Cruz. Já morrendo Ele falou com as mulheres de Jerusalém para chorarem por elas mesmas, não por Ele – elas eram Seu último pensamento. Cristo não estava pensando Nele mesmo de maneira alguma, e mesmo se isto significasse a morte Ele faria isto por nós (I Tess. 5:10). Ele estava pronto para nos salvar do inferno, passando por aquele inferno de tormento Ele mesmo.

Ele encontrou uma mulher no poço, e pediu água(João 4:7). Em duas frases Ele estava preocupado somente com ela. Jesus estava muito mais interessado em dar a ela de beber da fonte da vida eterna do que saciar Sua própria sede. Na verdade, ela deu a Ele aquela água? Nunca lemos que ela tenha dado. Aquele pequeno episódio nos esclarece quem Jesus era.

Cristo viveu por nós para ser um de nós

Um Cristão é alguém relacionado com Deus, na família de Deus. Eles são nascidos de novo pelo Espírito de Deus ( João 3:6). Não é o caso de, um dia, ter uma experiência religiosa, uma visão ou se sentir bem ou feliz. É ter um RELACIONAMENTO, aproximação e um laço familiar. Cristo viveu por nós – para nos pertencer. Se Cristo me pertence, então, eu estou salvo. Ele Se deu POR nós, e Se deu A nós. Salvação significa união com Ele. Jesus não manda salvação. Ele É a salvação. Ele não manda perdão pelos pecados, Ele o traz. Ele nos perdoa e vive conosco.

Cristo “habitou entre nós”(João 1:14). Ele fez Sua casa conosco – ou mais, Ele fez uma casa, e quando nós cremos, atravessamos os portais e entramos nela. Deus é nossa verdadeira casa. Longe Dele estamos longe de casa. É por isto que Cristo viveu por nós. Ele quer estar conosco e nós com Ele – em casa. A Bíblia está cheia de “casas”. O filho Pródigo voltou para casa. Jesus entrou nas casas. Ele falou a respeito da morada eterna. “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Eu vou preparar-vos lugar para que onde Eu estiver, estejais vós também”(João 14:2).

Cristo viveu por nós para nos mostrar como viver

A Bíblia fala de Cristo como não tendo pecado, o Cordeiro imaculado de Deus. Ele viveu por nós a vida perfeita, deixando-nos um exemplo para seguir em Seus passos.

O que era Sua perfeição? Era muito simples: obediência a Deus. Ele não viveu governado por um jogo de regras que ditavam cada ação da Sua vida. Ele não era uma enciclopédia ambulante das leis, as quais Ele consultava a cada segundo, desde quando se levantava até quando fosse dormir novamente. Ele simplesmente fez o que Ele sabia que agradaria ao Pai.

É assim que se deve viver. Cristo viveu por nós para nos mostrar como viver. O único requerimento é agradar a Deus. Podemos ter grandes problemas morais e não sabermos a coisa certa a fazer. Bem, tem somente uma razão porque deveríamos ser bons, e esta razão é: sermos como Jesus e agradarmos a Deus.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Poder do Alto


Para honra exclusiva de Deus, quero relatar um pouco da minha experiência com o poder que vem do alto. Fui poderosamente convertido na manhã do dia 10 de outubro de 1821. Na noite do mesmo dia, e na manhã do dia seguinte, recebi poderosas inundações no Espírito Santo que me traspassaram, ao que me parecia, corpo e alma.

Descobri, logo em seguida, que estava revestido de tal poder do alto que umas poucas palavras aqui e ali às pessoas ao meu redor provocavam sua conversão imediata.

Parecia que minhas palavras se fixavam como flechas farpadas na alma delas. Cortavam como espada; partiam como martelo os corações. Multidões podem confirmar isso. Muitas vezes, uma palavra proferida, sem que disso eu me lembrasse, trazia convicção, resultando na conversão quase imediata.

Auto avaliação

Algumas vezes, me achava vazio desse poder: saía a fazer visitas e verificava que não causava nenhum impacto que conduzisse as pessoas à salvação. Exortava e orava, também sem resultados. Separava, então, um dia para ficar sozinho em jejum e oração, temendo que o poder me houvesse deixado e indagando ansiosamente pela razão dessa aparente destituição.

Após ter-me humilhado e clamado por auxílio, o poder voltava sobre mim em todo o seu vigor. Tem sido essa a experiência da minha vida.

A Espada do Espírito

Poderia encher um volume com minhas histórias e observações sobre esse poder do alto. É um fato que se pode perceber e observar, embora seja, ao mesmo tempo, um grande mistério. Tenho dito que, às vezes, um olhar consegue comunicar o poder de Deus. Muitas vezes o tenho presenciado. O fato que relato a seguir serve de ilustração.

Certa vez, fui pregar pela primeira vez em uma vila industrial. No primeiro dia, depois que cheguei, logo de manhã entrei em uma das fábricas para vê-la em funcionamento. Ao entrar no departamento de tecelagem, vi um grande número de moças e observei que algumas olhavam para mim, depois umas às outras, de um modo que indicava espírito frívolo, como se já me conhecessem. Eu, porém, não conhecia nenhuma delas.

Ao aproximar-me mais das que demonstravam me terem reconhecido, parecia que aumentavam suas manifestações de leviandade. A atitude delas causou uma impressão peculiar sobre mim; cheguei a sentir isso de modo bem profundo, no próprio coração. Parei no lugar em que estava e olhei-as; não posso descrever o olhar que lhes dirigi, pois toda minha mente estava tomada com o senso de culpa e perigo que pairava sobre elas.

Ao firmar o olhar nas jovens, observei que uma delas ficou muita agitada. Um fio partiu-se; ela tentou emendá-lo, porém suas mãos tremiam de tal forma que não pôde fazê-lo. Vi imediatamente que aquela sensação se espalhava, tomando conta de todo aquele grupo de moças levianas. Olhei-as firmemente, até que uma após outra desistia de trabalhar e não dava mais atenção aos teares.

Caíram de joelhos, e a influência espalhou-se por todo o departamento. Eu não tinha proferido uma palavra sequer e, mesmo que o tivesse, o ruído dos teares não teria deixado que me ouvissem. Dentro de poucos minutos, ninguém mais estava trabalhando. Lágrimas e lamentações se faziam ouvir por todos os lados.

Nesse instante, entrou o dono da fábrica, um homem não convertido, acompanhado, creio, pelo superintendente, que professava a fé. Quando o dono viu o que estava acontecendo, ele disse ao superintendente: “Mande parar as máquinas”.

“É mais importante”, acrescentou rapidamente, “a salvação dessas pessoas do que o funcionamento da fábrica.”

Assim que cessou o troar das máquinas, o dono perguntou: “Como faremos? Precisamos de um lugar de reunião, onde possamos receber instrução”.

O superintendente respondeu: “O salão de fiação serve”. Os fusos foram levantados para desocupar o lugar, e toda a fábrica avisada para se reunir naquele salão.

Tivemos uma reunião maravilhosa. Orei com eles e dei as instruções que na ocasião tinham capacidade de compreender. A Palavra foi dada com poder. Muitos manifestaram esperança ali mesmo e, dentro de poucos dias, segundo fui informado, quase todos os funcionários daquele grande estabelecimento, inclusive o dono, já tinham esperança em Jesus.

A Convicção do Espírito

Esse poder é uma grande maravilha! Muitas vezes, vi pessoas incapazes de suportar a Palavra de Deus. As declarações mais simples e comuns cortavam os homens como espada, no lugar em que se achavam sentados, tirando-lhes a força física e tornando-os quase tão incapacitados como se estivessem mortos.

Várias vezes, na minha experiência, o poder de Deus estava presente de tal forma que eu não podia levantar minha voz, na oração ou na exortação, acima de um tom de suave mansidão, sem que as pessoas presentes fossem totalmente conquistadas pelo Espírito Santo. E não era porque eu estivesse pregando uma mensagem de temor ou da ira de Deus; mesmo anunciando as mais doces palavras do Evangelho, acontecia a mesma coisa.

Parece que às vezes esse poder permeia o ambiente das pessoas que o possuem. Muitas vezes, uma multidão de pessoas em uma comunidade é revestida desse poder de tal forma que toda a atmosfera do lugar parece ficar impregnada com a vida de Deus. Um estranho, vindo de fora, ao passar pelo lugar, é tomado, de repente, por convicção de pecado e, em muitos casos, se converte ali mesmo a Cristo.

Quando os cristãos se humilham e consagram novamente a Cristo tudo o que possuem, e, depois, buscam esse poder, eles recebem muitas vezes um batismo tal que se transformam em instrumentos para converter mais pessoas em um dia do que em toda a sua vida até então.

Enquanto permanecerem suficientemente humildes para continuar com esse poder, a obra sobrenatural de conversões prosseguirá até que comunidades e até regiões inteiras se convertam a Cristo.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Deus Revelado nos Seus Servos


Pedro nunca mais passeou sobre as águas novamente, mas ele andou através da vida com passos mais seguros por causa daquela ocasião. Eu amo esta verdade e quero explorá-la um pouco mais, então eu posso explicar minha própria história. Eu notei uma coisa extraordinária. Era Pedro, e não Jesus a figura em evidência neste milagre. Ele andou até Jesus – não Jesus até ele.
Pense no que isto significa. O que Pedro fez mostrou o que Jesus podia fazer! Se fizermos não mais do que podemos, não demonstramos Jesus. Mas fazendo o que Ele nos capacita fazer; superar, crescer acima dos nossos próprios limites, guia os olhos das pessoas até Jesus.

Nosso chamado Cristão é para sermos o que mostra o que Ele é! Nós somos feitura de Deus, criados em Cristo Jesus para fazer boas obras, isto é, boas obras do tipo que mostram que somos Sua feitura. Se não fossemos criaturas Suas, não poderiamos fazê-las. A prova de Cristo, se pertencemos a Ele ou não era: “ O que você faz mais que os outros?

Agora, Deus nos capacita a fazer algo especial, extra, porque Ele procura por nós para fazer isto. Normalmente, nós olhamos pra Ele, sentados e esperando para Ele agir.Mas, Ele não faz nada sem nós. Vire algumas páginas da Bíblia. Gideão exigiu de Deus: “ Onde estão todas as poderosas maravilhas?” A resposta de Deus foi mandar Gideão produzi-las! Deus queria que Gideão mostrasse as maravilhas de Deus. Tentar ser “grandes” nos faz inúteis. Seus comandos excedem nossa capacidade, afim de estendê-la.

Deus revelou-se a Si mesmo Em Seus servos. Eles eram ativos e não passivos. Abraão obedeceu a Deus e se tornou um exemplo, não de obediência, mas de Deus abençoando a todos. José é um grande exemplo. Ele obedeceu a Deus e demonstrou que Deus tem a última palavra na nossa vida. Olhe Moisés. Não foi o Monte Sinai que melhor revelou Deus, mas Moisés, armado com o cajado das ovelhas, contra o maior poder militar da terra. Moisés disse “ Quem sou eu?” O Senhor respondeu dizendo quem Ele era: “Eu sou o Senhor.” Exodus 3:11 e 4:14. Não importava quem Moisés era. Deus escolheu Davi porque, Ele disse, “ ele vai fazer tudo que Eu quero que ele faça.” Atos 13:22.

Isaías era comum e tinha “lábios impuros” - possivelmente linguagem suja. Ele ouviu por acaso Deus dizendo “ A quem enviarei? Quem irá por nós?” e respondeu, “ Eis-me aqui. Envia-me a mim!” (Isaias 6:9). Ele nem mesmo perguntou o que Deus queria, e não sabia se poderia fazer isto. Não importava. Quando Deus nos envia, Ele nos capacita. Jeremias disse, “ Sou apenas uma criança”. Mas Deus respondeu: “ Não diga sou apenas uma criança.” Hoje eu te fiz uma cidade fortificada, coluna de ferro e um muro de bronze para se levantar contra toda terra, reis, oficiais, sacerdotes e povo.” (Jeremias 1:6,7,16)

Cristo falou com Filipe para alimenar 5000 onde não havia padaria. Deus escolhe a quem sai do barco quando Ele diz, “Vem!”

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Escândalos: É inevitável que venham!


Eu acredito que esta palavra vai trazer um entendimento novo para o seu coração e o seu comportamento em relação aos pecadores será mudado.

Em Lucas 17:1-10, o nosso Senhor Jesus disse aos seus discípulos: “É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos. Acautelai-vo. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe. Então, disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar e ela vos obedecerá. Qual de vós, tendo um servo ocupado na lavoura ou em guardar o gado, lhe dirá quando ele voltar do campo: Vem já e põe-te à mesa? E que, antes, não lhe diga: Prepara-me a ceia, cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo depois, comerás tu e beberás? Porventura, terá de agradecer ao servo porque este fez o que lhe havia ordenado? Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, direis: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer “.

Quando lemos este texto: “é inevitável que venham escândalos”, geralmente lemos “escândalos” e imaginamos, interpretamos “pecados”. Mas a questão “pecado” aqui não é o objetivo central do ensinamento do Mestre. O Senhor Jesus não está nos ensinando a nos comportar em face ao pecado e, sim, em face ao escândalo. Em outros lugares nas Escrituras somos ensinados a evitar o pecado ou a tratar com o pecado e com o pecador. Mas, aqui Ele está nos ensinando a nos comportar em relação aos escândalos, pois, é inevitável que os mesmos aconteçam… mas, ai daquele ou daquela por meio de quem eles vierem.
A razão pela qual o escândalo é inevitável é porque vivemos num mundo que jaz no maligno, cheio de pessoas falhas, e essas pessoas aceitam a Jesus, se tornam nossos irmãos e irmãs em Cristo e, eventualmente cometem erros. O bom seria se os erros não acontecessem, mas, eles acontecem, por isso necessitamos saber como nos comportar diante dos erros dos outros. A questão é que “estamos em obras”. Até a manifestação do Senhor para buscar sua igreja a obra continua e muitas coisas erradas ainda vão acontecer e nós precisamos saber como reagir quando ouvirmos a notícia de um pecado aqui, ali ou acolá.

A questão simples é: que fazer quando ficamos escandalizados por ver ou ouvir alguma coisa errada, fora dos padrões bíblicos? Nós vamos levar o escândalo adiante ou vamos praticar o que o Senhor Jesus está nos ensinando aqui neste contexto bíblico?

Levar o escândalo adiante implica em começar a conta-lo para as pessoas: “Você viu?” “ Você está sabendo da última?” “Eu fico até constrangido em falar nisso, mas, você já leu o jornal hoje?” “Menina, eu nem te conto!” e assim por diante. E desse modo o escândalo começa a ser transportado de pessoa para pessoa e isso vai enfraquecendo a fé dos pequeninos.

Mas, se ao invés disso praticarmos Lucas 17:1-10, quando ficarmos escandalizados por quaisquer motivos a nossa postura será de misericórdia e perdão para com o irmão pecador. Se ao levar o escândalo enfraquecemos os pequeninos eu creio que ao perdoar o pecador iremos fortalecer os pequeninos. Os pequeninos verão quão maduro nós somos no Senhor quando ao ler no jornal que o esse ou aquele irmão esta sendo investigado pela policia, ou teve outro problema de qualquer ordem, os pequeninos ficarão fortalecidos no Senhor ao ouvir você dizer: “Ele está errado. O Senhor vai tratar com ele trazendo-o de volta a santidade. Eu estou pronto a perdoa-lo tão logo ele se arrependa, etc “. Ao ouvir esta postura bíblica de sua parte o novo convertido vai aprender a perdoar também.

Mas, irmão A. Cirilo, eu fiquei escandalizado com tudo aquilo, eu não posso evitar. Ok, o nosso Senhor mesmo disse: “É inevitável ” Ninguém consegue evitar ficar escandalizado, nem mesmo você.

Deixar de ficar escandalizado significa concordância, cumplicidade com o pecado. O Senhor não está nos ensinando a ser conivente, cúmplices do pecado dos outros, ele está nos ensinando a fazer o que Ele mesmo fez, faz e fará caso o pecador se arrependa::: perdoar. Isso não é lindo? Sendo assim, se seu irmão pecar contra ti sete vezes num mesmo dia, porem, declarar que está arrependido, PERDOAI, PARA QUE SEJAIS FILHOS DO VOSSO PAI QUE ESTA NO CÉU. Deus precisa de um instrumento humano para concordar com o perdão dEle. Seja você mesmo instrumento nas mãos de Deus para liberar uma palavra profética de perdão sobre a vida do seu irmão.

“Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome venha o teu reino faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu o pão nosso de cada dia dá-nos hoje E PERDOA-NOS AS NOSSAS DÍVIDAS, ASSIM COMO NÓS TEMOS PERDOADO AOS NOSSOS DEVEDORES e não nos deixes cair em tentação (a tentação de não perdoar) mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre Amém!]“, porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará SE, PORÉM, NÃO PERDOARDES AOS HOMENS [AS SUAS OFENSAS], TAMPOUCO VOSSO PAI VOS PERDOARÁ AS VOSSAS OFENSAS (Mateus 6: 9).

Geralmente, quando pensamos em adoração, louvor, pensamos em música. Mas, adoração e louvor vão além da música, adoração é um estado de relacionamento íntimo e obediente em relação ao Criador, é um sentimento de rendição do nosso coração para com Deus e seus mandamentos e conseqüentemente um comportamento perdoador para com as pessoas que nos rodeiam, pois, se alguém diz que ama a Deus deve também amar o seu irmão.

Louvor e adoração são tão ligados que quase não dá para saber onde um começa e outro termina ou se os dois estão acontecendo ao mesmo tempo. Uma coisa devemos guardar: louvor está relacionado ao que falamos a Deus e a respeito dEle (elogios, etc). A adoração está relacionada ao que fazemos a Deus ou por causa de Deus (atitudes de obediência). A adoração é fruto do nosso compromisso de servir a Deus com integridade e obediência aos seus mandamentos. O louvor é fruto dos lábios de pessoas que estão vivendo esse compromisso. O significado básico da palavra louvor é “elogio” e o da adoração é “atitude, principalmente aquele que exige sacrifício”. Existem elogios verdadeiros e falsos existem atitudes verdadeiras e outras que são apenas imitação daquilo que vemos os outros fazerem . Algo marcante no nosso relacionamento com Deus é que ele precisa ser pessoal, sacrificial, simples, espontâneo e em verdade. Ele tem que partir da mais pura realidade do nosso próprio coração e forçar a linha do nosso perímetro de conforto, do nosso limite.

Não podemos nos aproximar do nosso Deus com elogios desprovidos de conteúdo verdadeiro, “da boca para fora”, como profetizou Isaías: “visto que esse povo se aproxima de mim com os lábios mas o coração está longe de mim…Em vão me adoram proferindo palavras que aprenderam como máquinas, continuarei a fazer maravilhas mas eles não poderão vê-las.” (Isaías 29 9-14 ).

Esse texto das Escrituras nos fala a respeito de duas coisas: As nossas palavras de elogio a Deus precisam expressar a exatidão do nosso coração, ou a nossa atitude de adoração será vã, caso ela seja apenas a repetição de atos mecanicamente aprendidos. Segundo esse texto em Isaías 29, adoração e louvor artificial deixa a pessoa sem condição de compreender a palavra de Deus e de ver as maravilhas que ele tem operado.

Mas, você pode está se perguntando: “porque ele mudou de assunto? estava falando sobre perdão e de repente começou a falar sobre louvor e adoração?” Não, eu não mudei de assunto. Na verdade quando admitimos que não estamos sendo misericordiosos para com os pecadores arrependidos também estamos falando sobre louvor. Admitir que estamos pecando é uma forma de louvar a Deus. Quanto à adoração, estamos falando sobre a prática do perdão, da prática de um mandamento do Senhor. Adoração é isso: uma confiança reverente a Deus. Confiança bastante para fazer o que ele ordena e reverência o bastante para temer não obedecê-lo.

Adoração é prova de amor a Deus e nosso o Senhor Jesus disse: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama e aquele que me ama será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele “ (João 14 21). Sobre o louvor, quando Deus revelou a Josué o pecado de Aça, Josué disse: “Filho meu, dá glória ao Senhor, Deus de Israel, e a ele rende louvores e declara-me, agora, o que fizeste não mo ocultes, Respondeu Aça a Josué e disse: Verdadeiramente, pequei contra o Senhor, Deus de Israel”, e fiz assim e assim (ai ele começa a confessar o pecado)

Bem, acho que já é suficiente para comunicar esse princípio. Deus está procurando pessoas que têm coragem de andar segundo Sua santa palavra. Oremos uns pelos outros para que possamos ser vitoriosos quanto a isso, a cada dia. Nós não seremos aqueles que levarão o escândalo adiante, somos aqueles que levaremos perdão aos pecadores arrependidos.

Escrevi este texto a algum tempo, mas, recentemente visitando uma outra nação, numa conversa trivial acabei comentando a respeito de um irmão que havia caído em pecado. Confesso a você que fiquei mal depois daquilo. Fiquei me perguntando: Cirilo, porque você fez aquilo, cara… enfim, não basta conhecer a verdade. Temos que lutar contra a nossa natureza ruim para pratica-la. Nossa natureza deseja condenar… Deus deseja perdoar nos usando como instrumento de perdão. A Bíblia nos ensina a falar primeiramente com o pecador e não sobre o pecador. O Senhor Jesus nos disse: “vá ao teu irmão… se ele te ouvir, ganhaste o teu irmão. Se ele não ouvir devemos seguir toda a orientação do Senhor em Mateus 18.

Muita vezes nos recusamos a perdoar pessoas que não pecaram contra nós e que até já foram perdoadas por Deus e pelas pessoas contra as quais pecou. E nós, que não temos nada haver com a coisa, ficamos de “birra”.

Você e eu… vamos fazer um trato??? vamos perdoar???? ok!

Fica com Deus. Se você porventura pecou, receba o perdão de Deus e o meu também. Você não merece, mas, pela Sua graça… SEJA PERDOADO.

P.S.: se você está com dificuldade de receber o perdão de Deus vai aí uma dica preciosa: “porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará SE, PORÉM, NÃO PERDOARDES AOS HOMENS [AS SUAS OFENSAS], TAMPOUCO VOSSO PAI VOS PERDOARÁ AS VOSSAS OFENSAS” (Mateus 6: 9).

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Incredulidade Temerosa


A maior ilustração Bíblica de incredulidade temerosa e fé destemida durou quarenta anos. É o mesmo que assistir a uma peça com quarenta atos em um palco, retratando a falência total da fé. Continuamos a vê-los com os olhos da nossa mente – aqueles acampamentos das tribos de Israel.

Muitas vezes as suas perambulações os trouxeram perto da fronteira da terra prometida. Não era que eles não acreditaram que poderiam atravessar. Eles sabiam que tinham esse direito, pois Deus havia dado a terra a eles. Eles estavam completamente convencidos. A fé deles até aquele ponto era perfeita, mas ela teve um erro fatal – a minhoca do medo estava no seu âmago. Sua fé não tinha valor enquanto eles temessem. Então, a maioria deles não chegou lá. Eles se apavoraram. Eles murmuravam por suas perdas, mas sua fé não era o suficiente para mudá-las. Eles se lamentavam enquanto poderiam ter se esbanjado.
O episódio dos espias teve dez incrédulos e dois cheios de fé. Isto provavelmente é uma média normal – dois a cada dez crêem e obtém o que Deus tem pra eles. Os outros ficam desejando e morrem.
Depressão

Quando Jesus disse: “Não temas, crê somente” (Lucas 8:50), era uma análise profunda dessa emoção. Normalmente dizemos: “Não tenha medo, seja corajoso!” Jesus não disse simplesmente: “Não tenha medo.” Ele sabia muito bem que o medo é parte da estrutura do homem. Ele disse: “Não temas, crê somente.” Durante períodos de melancolia, como quando as Escrituras dizem: “Nem estrelas nem lua aparecem,” confiar em Deus é a âncora da alma. “Em me vindo o temor hei de confiar em Ti” (Salmos 56:3). Aquela É a hora de confiar.

O escritor do Salmo 42 pode ter sido afligido temperamentalmente da mesma maneira, mas outra vez, a fé veio para ajudá-lo. Ele disse: “As minhas lágrimas tem sido o meu alimento dia e noite. . . ...Porque estás abatida ó minha alma? Porque te perturbas dentro em mim?” Parecia que ele não tinha uma explicação racional para sua depressão. Contudo, ele sabia onde obter a força. Ele falou consigo mesmo: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxilio e Deus meu”. (Salmos 42:3,5).

Fé Não É Sentimento

Isto ilustra uma lição importante: fé não é sentimento. Quando o perigo vem, o medo é inevitável. Quando a nossa química corpórea se arma ao sentir um perigo iminente ou sofremos pesados golpes e nossas circunstâncias são opressivas e escuras, ou quando dor e doença sentam-se conosco, medo e alarme vem, como natural causa e efeito. O que então a fé faz? Ela tira as algemas dos nossos tornozelos, desafiamos seu aperto paralisante e seguimos em frente de qualquer forma. Com Deus, o medo não nos vai parar. Nós o superamos.

Se nós cremos, nada poderá mudar isso - não importa o que nos martela e nos machuca. Jesus disse que seus seguidores deveriam dar as suas vidas por Ele, mas: “não se perderá nem um só fio de cabelo da sua cabeça” (Lucas 21:18). VOCÊ – o verdadeiro você, crê em Deus. A superfície do mar é agitada, mas as profundezas estão paradas. A fé opera sem reações emocionais. Secretamente comunica força na mente e paz de espírito. Você não vai para baixo, mas para cima. Fé nos tira do gancho do medo.

Fé não é somente para o Domingo, mas para a vida toda. Fé não é somente para transpor montanhas (Mateus 21:21). É para VIVER. Deus nos dá graça para viver, se nós crermos. “O justo viverá por fé”. Fé é o fator positivo da vida.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Virgindade não é opção, é Benção!


Aliança é uma das coisas mais importantes no relacionamento entre duas pessoas do sexo oposto. E quando falo em aliança, não estou me referindo ao anel de ouro que nossos pais usam. O anel é um símbolo desse pacto, mas a aliança em si é a decisão de que eu vou amar essa pessoa pelo resto da minha vida. Nada, além da morte, pode quebrar uma aliança. Ela não pode ser desfeita. E a sua origem está na aliança que Deus fez e continua mantendo com o seu povo, de que Ele nunca nos deixará. Ele nunca nos abandonará (Hebreus 13:5). Ela é inquebrável. E é por isso que está em extinção nos dias de hoje.

Com os divórcios e separações, a aliança tornou-se quebrável, clausurável, e discutível, tornando-se um mero contrato. Agora, onde entra a virgindade nisso tudo? O que o fato de me guardar virgem até o meu casamento tem a ver com a aliança? É aí que está uma das coisas mais belas e tremendas que eu ainda não tinha percebido. Se você está por dentro das histórias da Bíblia, sempre que alguém fazia uma aliança com Deus, havia um derramamento de sangue, um animal era morto. Era o símbolo da obediência ao Senhor. Na aliança que Deus estabeleceu conosco, o sacrifício e o derramamento de sangue foram de Jesus, o que nos deu a certeza de que Deus nunca nos deixará, porque Ele deu seu único Filho para morrer por nós.

Pensando nisso, você já imaginou o porquê da virgindade ser tão importante para nós? Quando o rapaz e a moça se guardam sexualmente até a noite de núpcias e têm sua primeira relação sexual, eles estão selando a aliança com Deus (a da obediência) e a aliança que fizeram um com o outro, não com sacrifício, mas com prazer, já que Jesus veio sacrificar-se em nosso lugar. Por isso, quando a Palavra nos adverte a nos guardarmos sexualmente puros, ao contrário do que muita gente pensa, Deus não está querendo "cortar o barato", e sim, nos garantir o desfrute de uma benção muito maior. Existe benção por trás de uma aliança verdadeira. Existe benção por trás da virgindade. E ela deve ser considerada uma das coisas mais importantes em sua vida. Uma vez que você a perde, ela não mais será restituída fisicamente. Se você perde-la na hora errada, mesmo que depois receba o perdão de Deus, ainda assim ela não será trazida de volta. Sua virgindade é sua jóia preciosa, deve ser guardada e protegida como tal.

Sei que hoje a coisa mais comum num namoro é transar e, por isso, manter-se puro sexualmente é muito difícil. Mas ser homem ou mulher "de verdade" não depende de quantas vezes a gente vai para a cama, mas está inteiramente ligado à nossa determinação e firmeza de dizer não. Agora, uma palavrinha especial para os rapazes. Vocês sabiam que foram criados para serem os protetores e defensores da pureza? Infelizmente, hoje em dia, muitos homens e rapazes são considerados os violentadores. E não são só os estupradores não. Muitos namorados forçam a namorada a perder a virgindade, não com violência física, mas moral. Essa não foi a função designada por Deus para você. Na criação, a função do homem é proteger a mulher. Paulo recomendou a Timóteo que tratasse as moças com toda pureza, como irmãs (I Timóteo 5:2). E é assim que você deve agir.

Não se deixe levar pelas mentiras sobre o amor e sexo, de que se você ama, transa, e se não transa, é fraco ou covarde. Creia que dizer não aos seus desejos é uma forma de já demonstrar amor para seu futuro marido ou futura esposa, com quem você irá selar uma aliança estabelecida por Deus.

"O verdadeiro amor é paciente, é benigno, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses; o verdadeiro amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". (I Coríntios 13: 4-7).